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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Top 5: Uniformes exóticos das Copas do Mundo


Antigamente, as roupas que os jogadores vestiam para entrar em campo tinham a única finalidade de distingui-los do time adversário. Os clubes e seleções eram obrigados a reservar verba para mandar confeccionar os uniformes junto às empresas de material esportivo que, não poucas vezes, eram modestas fábricas de bairro.
Com o tempo, as empresas de material esportivo viram que ali estava um filão interessantíssimo para lucrar. Em vez receber dinheiro dos clubes para produzir o material, as pioneiras na área passaram a pagar para uniformizar os clubes e, claro, estampar suas logomarcas nos uniformes. As alemãs Adidas e Puma, ambas criadas por dois irmãos que se odiavam, foram as pioneiras no ramo desde o início. A britânica Umbro seguiu os passos das gigantes germânicas, mas por muito tempo limitou-se a atuar só no Reino Unido. Nos anos 70, surgiu a Nike nos Estados Unidos, passando a ser relevante no mundo do esporte na década seguinte e chegando ao futebol pra valer no fim dos anos 90.
Nas Copas do Mundo disputadas até os anos 70, pouco ou nada se comentava sobre os uniformes das seleções. Dali até os anos 90, houve uma forte evolução tanto na tecnologia dos tecidos quanto no marketing sobre as vestimentas das seleções durante o evento. Hoje, é impossível uma seleção disputar o Mundial sem antes fazer um mega-lançamento do uniforme e divulgá-lo em estratégias de marketing agressivas. Até a Copa de 1970, quase ninguém pensava nisso.
E já que o assunto é uniforme, o Yahoo! Esportes vasculhou os baús das Copas do Mundo e selecionou cinco seleções que conseguiram chamar a atenção para si por conta da roupa ousada com que chegou para disputar um mundial. Leia abaixo e veja a história de cada uma destas seleções nos respectivos Mundiais que disputaram.
Copa 1986: Dinamarca
Foto: Getty Images
Quando os dinamarqueses ficaram em primeiro no grupo das Eliminatórias da Copa de 1986, deixando a tradicional União Soviética com o segundo lugar, ninguém sabia muito o que esperar deles. E a primeira surpresa foi quando os onze loiros nórdicos entraram em campo para a estreia no estádio da cidade de Nezahualcoyotl, contra a Escócia: o uniforme dinamarquês consistia em uma camisa branca, mas que, na frente, era dividida verticalmente em duas partes, uma ainda branca e a outra com pequenas listras horizontais vermelhas e brancas. À distância, as listas pareciam ser uma faixa só cor de rosa. E ainda havia setas descendo pelas laterais dos ombros até o calção. Hoje pode parecer até normal, mas um uniformes destes era absolutamente exótico para os padrões da época.
A surpresa do uniforme era só um cartão de apresentação do que a Dinamarca seria naquela Copa (ao menos na primeira fase dela). Embora fossem estreantes em mundiais, os escandinavos venceram por 1 a 0 os escoceses, mais tradicionais, logo na primeira partida. Mas o que deixou o mundo assustado foram os dois jogos seguintes: uma goleada fantástica sobre o Uruguai por 6 a 1 e vitória sobre os sempre favoritosalemães ocidentais, 2 a 0. Comandada pelos meias Michael Laudrup e Preben Elkjaear, a Dinamarca era a zebra da Copa que jogava envolventemente, lembrando a Holanda de 1974.
Os dinamarqueses passaram para as oitavas de final como favoritos contra a modesta Espanha. Os nórdicos saíram na frente e jogavam melhor, mas, por essas coisas que só o futebol proporciona e ninguém explica, tomaram 5 a 1 dos espanhóis, com um show do atacante Emilio Butragueño, que marcou quatro gols. A sensação Dinamarca estava fora da Copa.
Copa 1994: Estados Unidos
Foto: Getty Images
A Copa de 1994 marcaria o auge do esforço da Fifa para popularizar o futebol nos Estados Unidos, um mercado consumidor de 300 milhões de pessoas. E os anfitriões, ao contrário da expectativa, foram razoavelmente bem no mundial, conseguindo chegar às oitavas de final. Mas o que mais chamou a atenção na seleção norte-americana foi seu extravagante uniforme que remetia à bandeira do país: azul com estrelas por toda a camisa, calção vermelho e meias azuis ou brancas. Foi com ele em campo que os Estados Unidos estrearam em um empate contra a Suíça, 1 a 1, venceram a favorita Colômbia por 2 a 1 e perderam para a Romênia, 1 a 0.
Os norte-americanos se classificaram em terceiro no grupo e pegaram o Brasil nas oitavas de final, em plano dia 4 de julho, dia da Independência do país. Jogaram com o uniforme reserva, branco com listras vermelhas. Bebeto fez o gol solitário da partida e os americanos se despediram honrosamente do Mundial que sediaram.
Copa 1998: África do Sul
Foto: Getty Images
Por 28 anos, entre 1963 a 1991, os sul-africanos foram banidos das competições da Fifa por conta da segregação racial existente no país. De volta às Eliminatórias para 1994, passaram longe de se classificar. No entanto, tudo deu certo para a Copa da França, em 1998. Os Bafana Bafana, como são chamados, deixaram para trás os problemas do país e chegaram ao Mundial francês com uma seleção composta por negros e brancos. E para celebrar sua chegada à principal competição do futebol pela primeira vez, capricharam no uniforme: camisa branca com grandes detalhes em preto e dourado e gola verde, calções verdes e meias brancas. O objetivo era celebrar as cores alegres da África.
Dentro de campo, nenhuma vitória, o que não quer dizer que tenha sido uma campanha desonrosa. A África do Sul perdeu na estreia para os anfitriões franceses por 3 a 0 e empataram com a Dinamarca, 1 a 1, e Arábia Saudita, 2 a 2. Foram para casa ainda na primeira fase.
Copa 2002: Camarões
Foto: Getty Images
Os camaroneses inventaram moda nas Eliminatórias para a Copa da Coreia do Sul e Japão, em 2002: tiraram as mangas do uniforme e passaram a jogar com uma camisa regata, igual aos times de basquete. A Fifa não gostou nada da história: baixou uma ordem para a federação de futebol de Camarões proibindo o uso deste novo uniforme. Obrigados a acatar a decisão da entidade máxima do esporte, a empresa que confeccionava o material esportivo decidiu colocar mangas nas camisas, só que negras - ou seja, da mesma cor da pele dos jogadores. Olhando de longe, era difícil saber se Camarões estava jogando de regatas ou com mangas negras.
Polêmicas à parte, Camarões foi mal no Mundial asiático: empate com a Irlanda em 1 a 1, vitória sobre a Arábia Saudita por 1 a 0 e derrota para a Alemanha por 2 a 0. Perdeu a vaga nas oitavas de final no saldo para os irlandeses.
Copa 2002: Coreia do Sul
Foto: Getty Images
O uniforme dos sul-coreanos para o Mundial de 2002, que eles sediaram junto com o Japão, era a cor. Não havia traços marcantes ou espalhafatosos na camisa, mas o vermelho berrante, quase rosa, tinha como objetivo, em sua estratégia de marketing, fazer com que a torcida ocupasse os estádios da mesma cor e fizesse muito barulho. Deu certo. Em todos os jogos da Coreia do Sul na primeira fase, a torcida coreana era ensurdecedora. Graças também a isso, os donos da casa venceram a Polônia (2 a 0), empataram com os Estados Unidos (1 a 1) e despacharam Portugal (1 a 0). Nas oitavas de final, fariam uma partida dificílima contra a Itália. E a torcida fez a parte dela: deixou vermelho todos os espaços da arquibancada e colocou uma faixa com os dizeres, em italiano: "Italianos: bem-vindos ao inferno". Graças ao apoio da torcida - e também do juiz, o equatoriano Byron Moreno, que garfou impiedosamente a Itália - os coreanos venceram por 2 a 1 na prorrogação. A Coreia do Sul terminou a competição em quarto lugar.

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