Na novela Viver a Vida, da rede Globo, a atriz Taís Araújo vive a personagem Helena, uma modelo perto dos 30 anos de idade, que é casada com Marcos, um empresário cinquentão, interpretado pelo ator José Mayer. Na trama, a diferença de idade é uma das características do par romântico, mas será que essa e outras diferenças realmente pesam no dia a dia do casal? Quanta verdade há na máxima de que, no amor, os opostos se atraem?
Para a psicóloga Tânia Vieira, casais como Marcos e Helena, geralmente caem no dilema de ter que abdicar de alguma fase da vida para viver o momento do outro. "Uma pessoa mais velha prefere aquilo que a estabilidade e a maturidade podem oferecer. Já o mais novo, pode não se adaptar à rotina mais regrada do mais velho, por exemplo. O que ocorre é que uma das partes, muitas vezes, deixar de viver uma etapa da vida em função da adaptação ao outro. Se isso servir como aprendizado, é saudável, mas se surgirem cobranças e culpas, poderá minar a relação", explica ela.
Os opostos se atraem, porque buscamos no outro as referências que não encontramos em nós mesmos.
Os opostos se atraem, porque buscamos no outro as referências que não encontramos em nós mesmos. Para ela, quando as diferenças deixam de completar a relação e se tornam motivo de briga, deixam de ser interessantes para a convivência. "Opostos que resultam em conflitos acabam com qualquer romance", explica Tânia Vieira.
Romantismo x praticidade
Outra dupla que pode provocar desentendimento. Um é o romantismo em pessoa. Vive esperando declarações apaixonadas e adora reforçar o amor do casal com presentes e mimos. Enquanto, o outro não sente a mesma necessidade de divulgar o que sente o tempo todo. Diante da situação, a psicóloga explica que a solução é encontrar um equilíbrio para que um dos dois não saia machucado, achando que não é correspondido. "É o momento para o mais romântico aprender que existem formas diferentes de manifestar afeto, e para o lado mais contido entender que os carinhos e agrados dão sempre um toque a mais na relação", sugere Tânia.
Carente x independente
Nestes casos, a chance de dar certo depende muito de como o casal interpreta o outro. O problema é que, na maioria das vezes, o carente acha que o independente não ama na mesma intensidade. "Para ele, o parceiro não corresponde por completo o afeto recebido. Já para o independente, liberdade e individualismo são fundamentais em uma relação. É muito difícil ter que conviver com as cobranças do parceiro e administrar as expectativas que ele deposita no outro, por isso, a sensação de que está sendo sufocado", diz Tânia.
As pessoas podem se adaptar umas as outras, mas mudar seu jeito por causa do outro é um preço muito alto
Extrovertido x introspectivo
"Por que você não se candidata? Você fala com todo mundo!" Essa frase, dita com tom de reclamação, é bastante comum quando um é mais tímido e o outro faz o tipo popular. A psicóloga explica que é complicado cobrar a mudança do outro já que, quando se conheceram, os dois já carregavam certos traços de personalidade. "Ou você se adapta ou corre, não tem jeito. As pessoas podem se adaptar umas as outras, mas mudar seu jeito por causa do outro é um preço muito alto", explica Tânia.
Ceder não pode ser sinônimo de se sacrificar
Um ouve jazz e outro rock. Será que dá samba?
Quando as diferenças estão relacionadas ao gosto pessoal de cada um, o jeito é se adaptar e ceder até o limite de sua tolerância. "Às vezes, você passa a gostar do time ou do estilo musical do outro e isso pode até se tornar uma descoberta interessante. Mas ceder não pode ser sinônimo de se sacrificar", recomenda a psicóloga.
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