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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Aécio vende Copasa e investe no Rio

Este texto foi publicado no Novo Jornal em 19/12/2006, antes da denúncia sobre o esquema para pagar dívidas da Globo (post abaixo). Considerei pertinente publicar aqui também essa denúncia, pela gravidade da mesma e pela relação existente entre as duas matérias, que juntas dão um panorama mais completo do esquema armado pelo governador Aécio Neves para garantir que nada prejudique seus objetivos rumo ao planalto.


Aécio Neves entrega Copasa às multinacionais espanholas OHL, Agbar e Capital Group, para montar campanha à Presidência

A Capital Group International Inc. já detinha 5% das ações da Copasa, isto antes da abertura de seu capital para suas ações serem negociadas na bolsa de valores. Agora, além da Andrade Gutierrez Participações Ltda e da Capital Group International Inc, a OHL e a Águas de Barcelona (Agbar), ambas espanholas, adquiriram a maioria das ações ofertadas na bolsa pela Copasa.

Anteriormente, a Agbar já havia adquirido a Companhia Municipal de Águas da cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, com total apoio de Itamar Franco, o mesmo que quando governador de Minas simulou uma briga com o Banco Opportunity, alegando que estava defendendo interesses da Cemig e do Estado. Na verdade, o ex-presidente e ex-governador apenas fazia birra, pois sabia que o banco fazia parte da estrutura de poder mundial que FHC representava.

O atual governador mineiro Aécio Neves, por capricho e por um projeto político pessoal, entrega o pouco que sobrou do patrimônio do povo mineiro, diante do silêncio do Ministério Público Estadual, do Judiciário, da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e do Tribunal de Contas do Estado. Na verdade, em Minas Gerais, atualmente não existe oposição, pois Aécio silenciou a todos.

Para conseguir o apoio da grande mídia nacional, Aécio entrega a Copasa, que doravante passará a ser do mesmo grupo econômico da Editora Abril, jornal Folha de S.Paulo e Rede Globo; isto para citar apenas as empresas mais importantes do grupo.

Agora, com a divisão da Copasa e criação de suas subsidiárias, em uma operação através da Andrade Gutierrez Participações Ltda, dona da Telemar, a empresa irá associar-se ao também grupo espanhol Telefônica, no qual já está presente seu representante Alexandre Accioly, criando um grupo de comunicação com jornal, rádio e TV convencional e a cabo.

Assim como a Cia Energética de São Paulo (Cesp) foi entregue para financiar as pretensões políticas de Geraldo Alckmin, a Copasa está sendo entregue para montar uma fonte de poder e de receita capaz de financiar as pretensões políticas do governador mineiro.

Porém, os planos do governador Aécio vão além: ele vendeu a Copasa para comprar a empresa fluminense de energia elétrica: a Light.

Assusta o fato de a Copasa ter sido vendida para se investir na compra de uma empresa do Rio de Janeiro e não nos sistemas de saneamento de municípios mineiros deficitários.

Não existe qualquer novidade ou coincidência na relação do governador Aécio Neves com as empresas espanholas OHL e Agbar. Como dito anteriormente, seu amigo de eventos sociais Alexandre Accioly o representa junto ao grupo.

Recentemente, este novo mega-empresário fechou a ilha fiscal na Baía da Guanabara para dar sua festa de aniversário, transformando-a até mesmo cenograficamente. Na época do império português festa igual fez a corte cair. Agora, nada acontece.

O terceiro maior consumidor de energia da Light no Rio de Janeiro é o Projac, cidade cenográfica da Rede Globo de Televisão. A empresa vem pagando a conta de energia por permuta em comerciais.

Não é à toa que recentemente a emissora, em seus diversos jornais, divulgou que as contas de campanha de diversos governadores eleitos tinham sido rejeitadas, inclusive as do presidente Lula. A respeito de Aécio, que também tivera suas contas rejeitadas, nada foi dito. Apenas dois dias após uma enorme revolta do jornalismo da emissora, o fato foi "levemente" divulgado.

A prática do governador de Minas, Aécio Neves, coloca em risco a própria democracia.

O Ministério Público Federal já deveria estar agindo por ser a Light uma concessão federal, mas, até agora, nada.

A venda das ações da Copasa representou uma operação de R$ 800 milhões, valor que se aplicado em saneamento básico nas concessões dos municípios mineiros pobres acabaria com o déficit da área. A importância também acabaria com o déficit habitacional do estado e é maior do que é gasto em dois anos para manter o Poder Legislativo. O valor, que daria para pagar toda a folha dos funcionários públicos estaduais por quase um ano, foi utilizado de forma irresponsável para especulação financeira na bolsa de valores fora de Minas Gerais e para enriquecer, com comissões bancárias, três tradicionais famílias perdulárias que cercam o governador.


Ninho tucano

Não é de hoje que a Editora Abril tem relações estreitas com o PSDB e com o governador mineiro. Emílio Carazzai, que hoje exerce a função de vice-presidente de Finanças do Grupo Abril, foi presidente da Caixa Econômica Federal na gestão de FHC, após Danilo de Castro. Outra tucana influente é a atual vice-presidente da Fundação Victor Civita, Claudia Costin.

Ressalta, em pronunciamento na Câmara Federal, o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR): "Afora os possíveis apoios de bastidores, a Editora Abril doou, nas eleições de 2002, R$ 50,7 mil a dois candidatos do PSDB. O deputado federal Alberto Goldman, hoje um vestal da ética, recebeu R$ 34,9 mil da influente família; já o deputado Aloysio Nunes, ex-ministro de FHC e atual secretário do prefeito José Serra, foi agraciado com R$ 15,8 mil. A Editora Abril também depositou R$ 303 mil na conta da DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério que inaugurou um ilícito esquema de financiamento de campanha eleitoral para Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB, que depois foi utilizado pelo ex-tesoureiro do PT", denuncia ainda o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), lembrando que Alberto Goldman foi relator, no governo FHC, da Lei Geral de Telecomunicações, que permitiu investimentos externos na mídia. "A Abril possuía uma dívida líquida, em 2002, de R$ 699 milhões. Em julho de 2004, fundos de investimento da Capital International Inc se associaram ao Grupo Abril, beneficiando-se da lei relatada por Goldman", disse.

A Capital International, o terceiro maior gestor de fundos de investimento do mundo, tem dois representantes no Conselho de Administração do Grupo Abril – Willian Parker e Guilherme Lins, que operavam no escritório da Capital Group em Gênova. Em julho de 2004, esta agência de especulação financeira adquiriu 13,8% das ações da Abril, numa operação viabilizada pela emenda constitucional já citada, sancionada por FHC em 2002, que resultou na injeção de R$ 150 milhões na empresa. Com tamanho poder, a ingerência externa na linha editorial é inevitável.

A Editora Abril também tem vínculos com a Cisneros Group, holding controlada por Gustavo Cisneros, um dos principais mentores do frustrado golpe midiático contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002. O inimigo declarado do líder venezuelano é proprietário de um império que congrega 75 empresas no setor da mídia, espalhadas pela América do Sul, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Portugal.

Segundo Gustavo Barreto, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as primeiras parcerias da Abril com a Cisneros datam de 1995 em torno das transmissões via satélites. O grupo também é sócio da DirecTV, que já teve presença acionária da Abril. Desde 2000, os dois grupos se tornaram sócios na empresa resultante da fusão entre AOL e a Time Warner.

Ainda segundo Gustavo Barreto, "a Editora Abril possui relações com instituições financeiras como o Banco Safra e a norte-americana JP Morgan", a mesma que calcula o chamado 'risco-país', índice que designa o risco que os investidores correm quando investem no Brasil.

Editora Abril, grupo Folha e Rede Globo estão juntas neste projeto que agora caminha para outros meios de comunicação, segundo Luís Frias, presidente do grupo UOL Internacional, uma unidade de negócios do UOL Inc., holding de internet cujos acionistas são IHK (sociedade do Grupo Folha e Abril Editora) com 87,5% e um grupo de investidores privados com 12,5% de participação. Esse grupo é composto por Morgan Stanley Dean Witter Private Equity, Blackstone Capital Partners III, Providence Equity Partners Inc., Credit Suisse First Boston Garantia, Deutsche Bank Capital Partners Latin America, Hambrecht & Quist, Latinvest Asset Management e Reuters Group PLC.

Como demonstrado, Aécio está financiando suas pretensões políticas pessoais com o patrimônio público mineiro. Aécio representa hoje um perigo permanente para o patrimônio público de Minas, pois, não tendo oposição, segue apenas sua vaidade pessoal e a um grupo formado por "empresários".

No setor elétrico, está inclusive vendendo potencial energético da Cemig para a CSN no estado do Rio de Janeiro, em claro prejuízo para as empresas mineiras e ao erário público que deixa de arrecadar impostos que são arrecadados pelo estado vizinho. Tudo para agradar o governador eleito do Rio de Janeiro.

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) já não mais investe em Minas, pelo menos o que aqui arrecada, sob a cumplicidade e silêncio do governador Aécio Neves, que destacou um de seus últimos dirigentes para fiscalizá-la na secretaria da Fazenda. Dentre os projetos anunciados pelo governador Aécio está a construção de um porto no estado do Rio de Janeiro, onde inclusive já comprou a Cia. de Energia Light.

Fonte: http://foraaecio.blogspot.com/

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