Poucas notícias atraem tanto quanto uma pesquisa sobre saúde. O problema é que muitas não se entendem. Aí, o que era definido como nosso aliado, de uma hora para outra se torna vilão – por via das dúvidas, consulte um médico sempre.
Por Pollyane Lima e Silva
10. Mascar chiclete faz bem para a saúde bucal?
Grande parte dos dentistas já tirou do chiclete – o tipo sem açúcar, claro – o título de inimigo da saúde bucal. Eles descobriram que a goma de mascar pode, na verdade, ajudar a remover os restos de comida que se depositam entre os dentes e onde a escova normalmente não alcança. Porém, quem quer manter um rosto sempre saudável precisa repensar essa prática, porque cirurgiões plásticos alertam que o chiclete pode aumentar o aparecimento de rugas na região da boca. Além disso, há aquelas pesquisas que atestam a piora de um quadro de gastrite ou úlcera.
9. Bebês não devem chupar chupeta?
O drama de qualquer mãe, principalmente as de primeira viagem: acalmar o seu bebê. Para isso, a chupeta sempre foi uma grande aliada. Principalmente quando o bico é embebido em um pouco de mel ou açúcar. Mas, se ela é quase uma unanimidade entre mães, não chega nem perto disso entre os pesquisadores de saúde. Na fase em que os dentes da criança começam a nascer, ela pode deformar a formação da arcada dentária deixando danos que não são irreversíveis, mas exigirão a paciência do seu filho no uso de um aparelho ortodôntico no futuro. Também há estudos que a culpam por retardar o processo de fala do pequeno.
8. O ideal é fazer seis refeições por dia?
Até pouco tempo, por mais que você não seguisse à risca a regra de comer de três em três horas, preocupando-se em fazer seis refeições por dia, era de conhecimento geral que essa era a definição de uma rotina alimentar saudável. Mas, um estudo recente dos Estados Unidos já veio derrudar essa crença. Ele constatou que a melhor maneira de perder peso é reduzir o número de refeições diárias para apenas três: café da manhã, almoço e jantar. Dessa forma, segundos os pesquisadores, as pessoas – em especial as obesas – tendem a se sentir mais saciadas.
7. Cafeína é prejudicial à saúde?
A cafeína é a responsável por tornar o café um alimento viciante – se tomado em grandes quantidades, obviamente. Entre os sintomas de abstinência estão dor de cabeça, tontura e aumento da ansiedade. Por isso, ela é apontada como uma vilã para a saúde. Contudo, inúmeros estudos já comprovaram que o café, se tomado de três a quatro xícaras por dia, tem importante ação antioxidante e ajuda a prevenir Alzheimer, diabetes e até problemas cardíacos, porque também melhora a elasticidade das artérias.
6. Chá Verde emagrece?
Quando foi descoberto, o chá verde – que também tem cafeína – foi colocado em um pedestal, como o grande segredo para fazer qualquer um perder peso. Sim, ele é rico em polifenóis, tem antioxidantes que previnem o envelhecimento das células e substâncias termogênicas que aceleram o metabolismo. Mas está longe de ser “milagreiro” e ganhou alguns “poréns”, como o de não ser ingerido logo após as refeições porque diminui a absorção do ferro dos alimentos pelo organismo. O principal contrassenso é em relação à quantidade a ser ingerida: há cientistas que limitam a uma xícara e outros que garantem que “quanto mais melhor”.
5. No ovo, só a clara faz bem?
Mais uma vez, o coração é apontado como a grande vítima. Dessa vez, do ovo. Ou melhor, da gema (rica em colesterol), já que a clara sempre ficou no papel de mocinha da alimentação. Pelo menos, até surgirem pesquisas atestando que, na verdade, as proteínas presentes na clara só são benéficas se ela for cozida antes de comer. Caso contrário, inibe a absorção de vitaminas que fornecem energia ao organismo. A gema, por sua vez, já foi absolvida de seus pecados, porque tem colina, um nutriente vital para o bom funcionamento do cérebro.
4. Chocolate dá espinha?
Alguns dizem que a relação entre chocolate e acne é fatal para o rosto. Outros, que isso não passa de um mito. O primeiro grupo explica que a gordura do alimento deixa a pele mais oleosa e, por isso, mais propensa a espinhas. O lado oposto defende que não há comprovação de que a culpa dessas erupções cutâneas seja do chocolate ou de algum alimento específico. Enquanto eles não se acertam, quem não resiste a ele segue na dúvida e continua lotando consultórios de dermatologistas com as reclamações de sempre.
3. A carne vermelha deveria ser abolida do cardápio?
Ela já foi condenada e absolvida por diversas pesquisas ao longo dos anos. Os vegetarianos se orgulham em dizer que não sentem a menor falta, enquanto os carnívoros de plantão não conseguem imaginar um dia sem ela. A carne vermelha é rainha das controvérsias. Se por um lado, já foi acusada de elevar a incidência de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e até câncer, por outro, a falta dela pode causar anemia e deficiência de vitamina B12 (que leva a problemas de memória e cognição). Para crianças, ela é fundamental, pois ajuda no desenvolvimento.
2. A Dieta das Proteínas funciona?
“Corte o consumo de carboidratos ao máximo. Mas pode abusar das proteínas.” Essa é a premissa da Dieta das Proteínas, criada pelo cardiologista americano Robert Atkins. Segundo ele, a dieta funciona porque o corpo usa a gordura acumulada, em vez dos carboidratos, para produzir energia. Muitas famosas – e anônimas – atestam sua eficiência. Entretanto, pesquisas já apontaram que o método diminui a disposição e pode resultar em perda de massa muscular e água, retenção intestinal e até problemas cardiovasculares. Aliás, a suspeita ganhou mais força quando Atkins morreu – vítima de infarto e, segundo boatos, pesando mais de cem quilos.
1. Álcool faz bem ao coração?
Todo mundo já conhece os benefícios do vinho – o tinto, especialmente. Mas pesquisas recentes asseguram que qualquer bebida alcoólica pode fazer bem à saúde. Uma delas, da França, arrisca dizer até que quem bebe tem menos risco de sofrer com problemas do coração, obesidade e depressão do que os abstêmios. Mas isso só vale, claro, para quantias bem moderadas – uma lata de cerveja ou uma taça de vinho por dia, e só. Ingerir mais do que isso pode implicar no efeito reverso: hipertensão, doenças cardiovasculares e complicações no funcionamento do fígado – além de uma barriguinha indesejável, no caso da cerveja.
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