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terça-feira, 14 de setembro de 2010

5 coisas que os quadrinhos me ensinaram sobre as mulheres

Uma das grandes febres hoje em dia envolve transpor lições de um ambiente para outro. Sun Tzu ensina gestão para executivos, o voo dos patos nos ensina a conviver em grupo, Jesus dá lições de psicologia, ratos e queijos nos fazem seguir nossos objetivos e ao que parece temos muito a aprender sobre nossa vida adulta com histórias que envolvem cachorrinhos que morrem (“here’s looking at you, Marley“) e outros animais, metáforas ou comparações, seja no campo do trabalho ou na área pessoal.
Porém uma área com um imenso potencial ainda tem sido pouco ou quase nada explorada: a dos quadrinhos de super-heróis e suas profundas lições sobre o gênero feminino.

Sim, exatamente isso. Ainda que visto por alguns como um nicho totalmente nerd da cultura pop, os quadrinhos de super-heróis oferecem, numa análise mais aprofundada, valiosos insights sobre como lidar com as mulheres através dos brilhantes exemplos que personagens clássicos como Super-Homem (casado com a linda repórter Lois Lane), Homem-Aranha (atualmente separado da espetacular modelo Mary-Jane Watson), Homem de Ferro (nunca casado, mas sempre bem acompanhado) ou mesmo Batman. Ok, talvez não o Batman…
Mas na média os super-heróis (exceto o Batman, como eu disse), estão sempre envolvidos com lindas mulheres, loucamente apaixonadas por eles. Mas como eles conseguem isso?
Aqui vão as cinco principais lições que estes homens superpoderosos tem a nos ensinar.

1. Seja tímido. Muito tímido. Estupidamente tímido.

Mulheres adoram homens tímidos. Peter Parker? Tímido. Clark Kent? Muito tímido. Scott Summers? Bem, digamos que existe uma razão pra ele só namorar mulheres que lêem mentes.
Mas não basta ser tímido, amigo, precisa ser muito tímido, naquele nível incapaz de articular frases muito coerentes, com dificuldades para manter a concentração diante de uma mulher e totalmente desprovido da habilidade de tomar qualquer tipo de iniciativa a não ser balbuciar coisas desconexas ou olhar para o nada.
Eu sei, eu sei, explicando assim não parece fazer muito sentido, mas quando aquela ruiva estonteante estiver na sua porta dizendo algo como “Face it, tiger, you just hit the jackpot” você vai me agradecer.
Errado, muito errado... em vários sentidos.

2. Suma sem dizer porque e finja que está tudo bem.

Nada impressiona mais uma mulher do que a sua capacidade de sumir durante períodos prolongados de tempo sem dar a ela nenhuma informação sobre a razão do sumiço, o seu paradeiro ou mesmo quando você vai voltar. Clark Kent sumia frequentemente sem dar nenhuma explicação e ficava tudo bem, Bruce Banner sumia durante várias noites e o relacionamento estava ok, Hal Jordan simplesmente ia pra outro planeta durante meses e era até charmoso.
Apenas sugiro que não siga o exemplo um pouco mais hardcore do Capitão América, que ficou preso num cubo de gelo durante 40 anos, porque a sua garota pode ter… não sei… morrido nesse meio tempo.
"Acho que não vai dar pra telefonar avisando..."

3. Tenha segredos inexplicáveis.

O conceito de sinceridade num relacionamento é algo total e completamente superestimado, como qualquer boa história de super-herói pode demonstrar. Garotas gostam de mistério, como diz aquela música do The Cribs, e quanto mais segredos, mentiras, histórias absurdas e coisas do tipo você puder ir empilhando entre vocês dois, maiores as chances de tudo dar certo.
Uma vida dupla, pais que você nunca apresenta, um emprego de fachada e aquele órfão do circo que mora na sua casa, tudo isso só serve pra apimentar a relação e torná-lo fascinante e misterioso. Se duvidar procure por “Batman” na Wikipédia.

4. Seja sempre vago em relação ao seu passado.

Ainda na linha do mistério, é sempre importante que tudo em relação ao seu passado seja absurdamente misterioso, seja pela razão que for.
Não, não falo apenas de não comentar sobre ex-namoradas ou evitar mencionar aquele problema com a polícia no Baixo Gávea, falo em termos de não contar qual é seu sobrenome, nunca citar nada que se passou na sua infância, oferecer dados desencontrados sobre sua vida (“Eu fiz parte da resistência francesa… mas não quero falar disso”) e depois dizer que tudo isso tem a ver com implantes de memória, lavagem cerebral e aquele período no exército canadense.
Pode ser um pouco mais fácil se você parecer com o Hugh Jackman, claro.
"Eu fui criado por lobos e... como assim você já ouviu isso antes?"

5. Mulheres gostam de viver perigosamente.

Esqueça ideias machistas como conforto, tranquilidade ou rotina. Os quadrinhos nos ensinam que as mulheres gostam, na verdade, de fortes emoções, altos níveis de adrenalina, e possivelmente de ter sua vida colocada em risco com a maior frequência possível.
Pense em como a Lois Lane está sempre caindo do alto de prédios, ficando na mira de armas, sendo sequestrada por terroristas, aparecendo dentro da jaula de leões e sendo levada por civilizações alienígenas. Note se não existe aí um certo gosto pelo perigo. E claro que culpar o fato de que ela namora com o Super-Homem por isso tudo seria apenas mais uma atitude machista da nossa parte.
Foto do autor

JOÃO BALDI JR.

Jornalista meio carioca, meio mineiro, foi salvo pelo futebol de se tornar um geek hardcore, mas por muito, muito pouco. Hoje é um cara que sabe muito mais sobre quadrinhos, cinema de baixa qualidade e gêneros musicais pouco ortodoxos do que gostaria. Escreve sobre cultura pop, relacionamentos, o universo e física quântica (essa parte é mentira, só pra impressionar mesmo) num blog e reclama da vida no Twitter, como todo mundo que você conhece.
Fonte: Aqui.

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