Lutar é Preciso

..."Os gaúchos falam “tchê”, os mineiros “uai”. Mas para a governadora Yeda, que não é gaúcha, o que serve para Minas, serve para o RS. Não precisa nem muito esforço
para ver o que vem por aí. Basta dar uma olhada no tal Choque de Gestão do governador
Aécio Neves, de MG, copiado por Yeda. O que ninguém diz, no entanto, é que a propaganda de Aécio não é bem o que parece. O sistema tributário daquele Estado está cada vez mais injusto, beneficiando alguns setores em detrimento de outros, sem retorno social que justifique o benefício. Na hora da negociação salarial com o funcionalismo, as receitas renunciadas não são colocadas na mesa. Mas há uma brutal redução dos gastos com pessoal, que fica em 13% dos que estão na ativa e 23% nas aposentadorias. Já as gratificações dos cargos em Comissão cresceram 73,55%. Despesas com consultoria subiram 146,5% em dois anos. Os investimentos sociais caíram de 66% em 1999 para 45% em 2005. Já a política para os servidores é do “devo e não pago, se quiser recorra à Justiça”. As dívidas públicas, alardeadas pelo governo mineiro como “saneadas”, inclusivecom o título de “Déficit Zero”, não passaram de marketing. Segundo o Banco Central, a dívida com o tesouro Nacional cresceu 40,23%. Analistas da Unicamp(*) afirmam que a estratégia do governo mineiro não passou de manobra contábil e o Estado continua incorrendo em elevados déficits nominais, sem conseguir soluções estruturais para a dívida. Enquanto isso, os investimentos em saúde, segurança e educação caíram de R$ 11,6 bilhões para R$ 8,7 bilhões. O famoso “choque de gestão”, apresentado como uma novidade pela governadora Yeda, a exemplo do governo mineiro, não passa, na verdade, de um conceito das empresas privadas, que em geral financiam campanhas com claros interesses em negócios com os Estados. Em causa própria, é claro. De resto, nada mais antigo."
Trecho retirado de : Lutar é Preciso